China intensifica repressão religiosa e prende 30 pastores da Igreja Zion

Na última semana, o governo da China realizou uma ampla operação policial que resultou na prisão de cerca de 30 pastores evangélicos ligados à Igreja Zion, uma das maiores redes de igrejas domésticas do país. As detenções ocorreram entre os dias 9 e 11 de outubro em diversas províncias, incluindo Pequim, Guangxi, Zhejiang e Shandong.

Entre os detidos está o pastor Ezra Jin Mingri, fundador da Igreja Zion, que foi levado de sua residência na cidade de Beihai, no sul da China. A ação foi descrita por agências internacionais como a mais intensa repressão contra igrejas independentes desde 2018.

Acusações e justificativas do regime comunista

Segundo documentos oficiais divulgados pela polícia chinesa, os líderes religiosos foram acusados de "uso ilegal de informações da internet", uma infração que pode estar relacionada ao novo Código de Conduta Online para Profissionais Religiosos, implementado pelo governo em setembro.

Esse código estabelece diretrizes rígidas para a atuação de líderes religiosos em ambientes digitais, exigindo registro oficial e alinhamento com os interesses do Estado. A Igreja Zion, por não estar registrada junto ao Movimento Patriótico das Três Autonomias — órgão que regula o protestantismo na China — é considerada ilegal pelas autoridades.

Liberdade religiosa sob vigilância

A Constituição chinesa garante formalmente a liberdade religiosa, mas na prática, essa liberdade é severamente controlada. Apenas igrejas aprovadas pelo governo podem operar publicamente, e qualquer organização religiosa que funcione fora desse sistema é considerada clandestina.

O cristianismo protestante é uma das vertentes mais populares entre os fiéis chineses, mas também uma das mais vigiadas. Igrejas domésticas, como a Zion, atraem milhares de seguidores e são vistas com desconfiança pelo regime, que teme a influência estrangeira e a mobilização social que essas comunidades podem gerar.

Repercussão internacional e apelo por liberdade

A prisão dos pastores gerou repercussão internacional. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, condenou a ação e pediu a libertação imediata dos líderes religiosos. Até o dia 13 de outubro, apenas 16 dos detidos haviam sido libertados, e o paradeiro dos demais permanece desconhecido.

Organizações de direitos humanos e entidades cristãs ao redor do mundo também se manifestaram, classificando a operação como uma grave violação da liberdade de culto e um alerta para o avanço da perseguição religiosa em regimes autoritários.

O impacto sobre os fiéis e a resistência da fé

Apesar da repressão, os fiéis da Igreja Zion continuam se reunindo em pequenos grupos, mantendo viva a chama da fé. Muitos relatam que a perseguição fortalece a comunhão e o compromisso com o Evangelho, mesmo diante de riscos pessoais e familiares.

Testemunhos de cristãos chineses revelam que a fé em Cristo é mais forte que o medo. Em meio à vigilância, censura e ameaças, eles seguem proclamando o Evangelho, confiando que Deus está no controle e que a verdade não pode ser aprisionada.

Reflexão para a Igreja brasileira

Para os cristãos evangélicos no Brasil, essa notícia é um chamado à oração e solidariedade. A liberdade religiosa que desfrutamos deve ser valorizada, e os irmãos perseguidos devem ser lembrados em nossas intercessões.

Além disso, é uma oportunidade para refletirmos sobre o papel da Igreja em contextos de opressão. A história mostra que onde há perseguição, há crescimento espiritual. Que possamos aprender com a coragem dos nossos irmãos chineses e renovar nosso compromisso com o Reino de Deus.

"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus." – Mateus 5:10

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