Lula reconhece falha da esquerda com evangélicos: “O erro está na gente”

Durante congresso do PCdoB, presidente Lula faz autocrítica e defende novo diálogo com cristãos evangélicos, sinalizando mudança de postura rumo às el
Lula reconhece falha da esquerda com evangélicos: “O erro está na gente”

Lula reconhece falha da esquerda com evangélicos: “O erro está na gente”

Durante congresso do PCdoB, presidente Lula faz autocrítica e defende novo diálogo com cristãos evangélicos, sinalizando mudança de postura rumo às el
Lula faz encontro com evangélicos, ao lado de Jorge Messias, cotado para o STF
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em um momento político estratégico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) surpreendeu ao fazer uma autocrítica pública sobre a relação entre a esquerda e os evangélicos. Durante o 16º Congresso do PCdoB, realizado em Brasília no dia 16 de outubro, Lula afirmou que “os evangélicos não são contra nós. Nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles”.

A declaração foi recebida com atenção por líderes religiosos e analistas políticos, especialmente por ocorrer em um evento de um partido tradicionalmente alinhado à esquerda. O presidente também destacou que 2026 será um “ano sagrado”, em referência às próximas eleições presidenciais, e reforçou a importância de construir pontes com o segmento evangélico, que representa mais de 30% da população brasileira.

Reuniões estratégicas com lideranças evangélicas

No mesmo dia da declaração, Lula recebeu no Palácio do Planalto o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus no Brás, em São Paulo. O encontro contou ainda com a presença do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), do advogado-geral da União, Jorge Messias — que é evangélico — e da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais.

Segundo fontes do governo, a reunião teve como objetivo estreitar laços com lideranças evangélicas influentes e abrir espaço para um diálogo mais direto com as igrejas. A presença de Jorge Messias, cotado para o Supremo Tribunal Federal (STF), também foi interpretada como um gesto simbólico de valorização da fé cristã no alto escalão do governo.

Reconhecimento de distanciamento histórico

Ao admitir que a esquerda falhou na comunicação com os evangélicos, Lula tocou em uma ferida antiga. Historicamente, o campo progressista tem enfrentado dificuldades em dialogar com valores conservadores defendidos por grande parte das igrejas evangélicas, especialmente em temas como família, sexualidade e liberdade religiosa.

“Não é que os evangélicos sejam contra a gente. É que a gente não sabe falar com eles. A gente não sabe se aproximar com respeito, com escuta, com humildade”, teria dito Lula, segundo relatos de bastidores. A fala foi interpretada como um convite à reconciliação e um reconhecimento de que a polarização política afastou segmentos importantes da sociedade.

Reações no meio evangélico

A fala do presidente gerou reações diversas entre líderes evangélicos. Alguns receberam a declaração com ceticismo, lembrando de episódios anteriores em que o governo foi acusado de ignorar pautas caras ao segmento. Outros, no entanto, viram na fala uma oportunidade de reabrir canais de diálogo.

O papel da igreja na política: entre a fé e a cidadania

O crescimento do número de evangélicos no Brasil tem transformado o cenário político. Com maior representatividade no Congresso e influência nas decisões eleitorais, as igrejas se tornaram atores centrais no debate público. Essa realidade exige dos governantes uma postura de escuta e respeito às convicções religiosas dos cidadãos.

Para muitos cristãos, a política deve ser um reflexo da fé. Isso significa defender princípios como honestidade, justiça, liberdade religiosa e proteção da família. Quando esses valores são ignorados ou atacados, a reação é imediata — e muitas vezes se traduz nas urnas.

O desafio da comunicação com fé e verdade

O reconhecimento de Lula sobre a falha na comunicação com os evangélicos pode ser um primeiro passo importante. No entanto, palavras precisam ser acompanhadas de ações concretas. Isso inclui respeito à liberdade de culto, valorização das instituições religiosas e abertura para o diálogo sobre temas sensíveis.

Além disso, é fundamental que a comunicação entre governo e igrejas seja feita com transparência, empatia e verdade. A tentativa de instrumentalizar a fé para fins eleitorais pode gerar ainda mais desconfiança. Por outro lado, uma relação baseada no respeito mútuo pode gerar frutos duradouros para o país.

Oportunidade de reconciliação nacional

Em tempos de polarização e intolerância, a fala de Lula pode ser vista como um convite à reconciliação. Reconhecer erros é um gesto de humildade — e também uma oportunidade de recomeço. Para os cristãos, o perdão e o diálogo são valores centrais do Evangelho.

Se houver sinceridade na aproximação, e se as igrejas estiverem dispostas a ouvir e serem ouvidas, o Brasil pode dar um passo importante rumo à unidade. Afinal, como ensina a Bíblia, “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).

Conclusão: um novo tempo de diálogo?

O gesto de Lula pode marcar o início de uma nova fase na relação entre o governo e os evangélicos. Mas essa ponte precisa ser construída com respeito, escuta e compromisso com a verdade. O Brasil precisa de líderes que unam, não que dividam. E a igreja tem um papel essencial nesse processo.

Que este seja um tempo de reconciliação, onde a fé e a política caminhem juntas em favor do bem comum, da justiça e da paz.

Versículo do dia

“Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.” – Romanos 15:2

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