Pastor nos EUA é acusado de usar “criptomoeda divina” para defraudar fiéis
Escândalo religioso-financeiro vira alerta no mundo evangélico
Nos últimos dias, as autoridades de Colorado anunciaram que um grande júri formalizou 40 acusações contra o casal, incluindo fraude, organização criminosa e roubo qualificado. O esquema teria ocorrido entre janeiro de 2022 e julho de 2023, atingindo membros da comunidade cristã com promessas de prosperidade divina por meio de investimento na INDXcoin.
Promessa divina ou cilada? A narrativa usada para atrair fiéis
Regalado afirmou em vídeo que Deus o teria instruído a lançar a criptomoeda como parte de uma “transferência de riqueza” para seu povo. Ele chegou a declarar: “O Senhor me trouxe essa criptomoeda… e disse: levem isso ao meu povo” . Assim, o casal captou cerca de US$ 3,4 milhões (cerca de R$ 18 milhões), alegando que o token seria garantido e valioso, quando na prática tinha valor zero.
Trapaça e luxo: o destino do dinheiro dos investidores
Segundo os documentos judiciais, pelo menos US$ 1,3 milhão foi usada para gastos pessoais, incluindo reforma da casa — que Regalado insistiu que teria sido ordenada por Deus — viagens, compras de luxo, procedimentos dentários e até um veículo Range Rover.
Investidores enganados: igrejas e seguidores atingidos
Mais de 300 pessoas, incluindo membros de várias igrejas evangélicas, investiram valores de até US$ 200 mil. Muitas perderam tudo ao descobrir que a criptomoeda não tinha liquidez real nem resgate, e a plataforma Kingdom Wealth Exchange, controlada pelo casal, impediu saques em vários momentos.
Repercussão legal e consequências judiciais
As autoridades abriram ação civil e criminal. A promotoria busca recuperar os recursos e colocar em confiança jurídica os bens do casal, incluindo a casa reformada. Os acusados também tiveram contas bancárias congeladas e proibidos de vender valores mobiliários no Colorado enquanto o processo corre.
Este é mais um alerta contra o "gospel da prosperidade"
Casos como o de Regalado lembram evangélicos da importância de discernir entre fé e manipulação. O ensinamento bíblico orienta cautela frente a líderes que prometem riqueza e bênçãos com base em interpretações espirituais sem transparência.
O que podemos aprender como comunidade de fé
- Cuidado com “milagres financeiros”: apesar de o discurso religioso envolver, o investimento deve ser baseado em clareza, não em fé cega.
- Transparência é essencial: ministérios responsáveis devem prestar contas e não exigir sacrifícios obscuros.
- Senso crítico espiritual: a Palavra nos chama a examinar os espíritos (1 João 4:1).
- Proteja sua congregação: jovens e famílias vulneráveis podem ser alvos de promessas financeiras fantasiosas.
Impacto emocional e espiritual nos fiéis
Para muitos, foi um choque descobrir que a alegada liderança espiritual os conduziu a perdas devastadoras. Piora-se o trauma quando se percebe que mensagens bíblicas foram utilizadas para legitimar práticas comerciais fraudulentas — um abuso da confiança pessoal e espiritual.
Responsabilidade e evangelho autêntico
Enquanto o casal Regalado afirma que “Deus não terminou com o projeto” e pede que seguidores continuem em oração, a comunidade cristã enfrenta a urgência de reafirmar evangelismo baseado em verdade, compaixão, honestidade e serviço real, não promessa de lucros terrenos.
Este caso é um alerta grave para a comunidade evangélica: fé não é mercadoria, e Deus não negocia bênçãos por investimento financeiro. Que esta história inspire igrejas, lideranças e fiéis a praticarem transparência, discernimento e cuidado mútuo.
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"Amados, não creiais em qualquer espírito, mas provai se os espíritos são de Deus…" – 1 João 4:1
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