Descoberta de antiga cidade cristã no deserto do Egito revela fé dos primeiros coptas
Autoridades egípcias divulgaram, entre os dias 24 e 29 de julho de 2025, a descoberta dos vestígios de uma antiga cidade do período copta no Oásis de Kharga, no Deserto Ocidental do Egito. A escavação revela um capítulo essencial da história do Cristianismo, especialmente para nós, cristãos evangélicos, que buscamos raízes e valor espiritual.
O que foi encontrado?
A equipe do Supreme Council of Antiquities (SCA) identificou, em Ain al‑Kharab, uma estrutura urbana com ruas, casas de adobe, túmulos, artefatos e duas igrejas bem definidas – uma de grandes proporções em estilo basílica, outra menor com sete colunas externas e inscrições coptas nas paredes.
Entre os achados, destaca-se um mural representando Jesus curando os enfermos, uma manifestação rara e poderosa da iconografia cristã nos oásis egípcios. Telhas, fragmentos de cerâmica, ostraca (fragmentos com inscrições), restos de vidro e objetos de pedra também foram recuperados.
Importância espiritual e histórica
Essa cidade não era apenas um centro habitacional: ela simboliza a presença cristã firme em uma região de fé pagã durante a transição dos séculos II ao IV d.C., marcando a consolidação dos primeiros fiéis do Cristianismo no interior do Egito.
Mohamed Ismail Khaled, do SCA, reforça que esse sítio confirma a relevância do Oásis de Kharga como centro religioso e social desde os tempos romanos até o período copta e além. O ministro Sherif Fathy ressaltou o valor da descoberta para compreender tolerância histórica e diversidade cultural no Egito antigo.
Detalhes das estruturas encontradas
- Residências de adobe com paredes revestidas de gesso, áreas de armazenamento e grandes cântaros para estocar grãos.
- Fornos domésticos e vestígios de utensílios do cotidiano da época}.
- Duas igrejas: uma grande, estilo basílica com três fileiras de colunas quadradas; outra menor, com planta retangular e colunas externas, além de inscrições coptas internas.
- Cemitério com sepulturas humanas – testemunho da presença cristã organizada nesse oásis.
- Mural de Cristo curando um enfermo – rara representação do ministério terreno de Jesus em arte copta.
Contexto religioso e histórico
O período alvo da escavação corresponde à era romana tardia e ao início do período copta, quando a fé em Cristo se espalhava pelo Egito, substituindo tradições politeístas. Essa transformação religiosa é exatamente o que vemos agora revelado nas areias do deserto.
Outras descobertas semelhantes ocorreram nas oásis de Bahariya e Dakhla, onde complexos monásticos, inscrições coptas e igrejas escavadas no rochedo provaram a presença intensa de comunidades monásticas desde os séculos IV a VIII. Mas a novidade de Kharga é a escala de cidade central: ruas, edifícios e mural com iconografia explícita cristã.
Para nós, cristãos evangélicos, por que isso importa?
Primeiro, porque confirma que o Evangelho alcançou regiões remotas e moldou sociedades inteiras. Mesmo num ambiente de desertos e oásis, a fé não se limitou às grandes cidades junto ao Nilo.
Segundo, por reforçar a continuidade da tradição coptá como legado dos primeiros cristãos no Egito, paralelo ao que vivemos hoje nas diversas expressões de fé cristã globalmente.
E terceiro, é um lembrete de que o Senhor usou povos de culturas distintas para levar cura, esperança e resgate espiritual — simbolizado na imagem de Jesus curando enfermos nesse mural.
Próximos passos das pesquisas
A escavação continua, e espera-se que novas estruturas – possivelmente completa planta urbana do local – sejam reveladas. A presença contínua de uso até a era islâmica mostra camadas sobrepostas sobre essa antiga cidade, apontando para séculos de fé e adaptação.
Especialistas planejam estudos detalhados de artefatos, inscrições e o mural para compreender melhor a liturgia, litografia arquitetônica e vida cotidiana dos cristãos coptas primitivos.
“Então Jesus lhes disse: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” – Marcos 16:15
Que essa descoberta nos leve a refletir como o Evangelho foi pregado em terras áridas e por povos que resistiram ao paganismo — e como hoje, nós também somos chamados a levar a luz de Cristo onde ainda é mais difícil chegar.
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