Haboob Devasta Phoenix: Aeroporto Envolto por Nuvem de Poeira Apaga o Céu
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Photograph: City of Phoenix/AFP/Getty Images |
Na noite desta segunda-feira, 25 de agosto de 2025, uma imponente tempestade de poeira — conhecida como haboob — varreu a cidade de Phoenix, capital do Arizona (EUA), lançando uma cortina espessa de poeira sobre o Aeroporto Sky Harbor e provocando uma série de interrupções. A visibilidade caiu a zero e as operações aéreas foram suspensas por aproximadamente uma hora, enquanto árvores eram derrubadas e milhares enfrentavam apagões generalizados nas ruas.
Visão sombria: aeroporto paralisado e céu tomado por poeira
O Aeroporto Phoenix Sky Harbor foi envolto por uma massa de poeira tão densa que, por cerca de 60 minutos, decolagens e pousos foram completamente impedidos. Gregory E. Roybal, porta-voz do local, explicou que o fenômeno climático interrompeu os serviços enquanto equipes avaliavam possíveis danos ou infiltrações no telhado do terminal. Os voos sofreram atrasos de até 30 minutos nesse período.
O haboob é um tipo intenso de tempestade de areia gerada por uma frente de ar — normalmente resultante de uma forte trovoada — que arrasta poeira em suspensão com força suficiente para cobrir o céu. É um evento típico da estação de monções no sudoeste dos EUA, mas a escala e intensidade observadas na noite de 25 de agosto elevaram o nível de atenção para o fenômeno .
Caos nas ruas: visibilidade zero e impacto na rotina
Em várias regiões ao redor de Phoenix, os ventos violentos associaram-se à tempestade e à chuva, impactando severamente a mobilidade. A visibilidade foi descrita como inferior à distância do próprio braço — “não consegui ver minha mão se a colocasse para fora da janela”, relatou uma moradora que dirigia com seus filhos durante o evento climático.
Tensão, destruição e infraestrutura abalada
Balanços preliminares apontam que até 15.000 pessoas ficaram sem energia na região de Maricopa County, onde está situada Phoenix. Árvores foram arrancadas e linhas de transmissão foram interrompidas, exacerbando o caos das ruas e avisando autoridades locais a desencorajarem deslocamentos desnecessários.
Em Marana, residências chegaram a perder parte do telhado, e moradores relataram que a fina poeira se infiltrou por “cada fissura e espaço” dentro de suas casas.
Ventos extremos e medo ao volante
Segundo o National Weather Service, o haboob foi impulsionado por correntes descendentes provenientes de uma trovoada, com rajadas que atingiram até 80 km/h (50 mph) ou mais. Em alguns pontos, como San Tan Valley, os ventos chegaram a 94 mph (~151 km/h), e até 70 mph (~113 km/h) foram registrados no aeroporto, resultando em queda de árvores, danos estruturais e interrupções de tráfego.
Estádio universitário envolto em poeira
Um vídeo amplamente compartilhado mostrou o estádio de futebol americano da Arizona State University sendo completamente engolido pela parede de poeira — uma imagem apocalíptica que marcou o evento na memória de quem assistiu.
O haboob no contexto climático atual
Embora os haboobs façam parte do clima da região durante o período de monções, meteorologistas alertam que a maior frequência de condições extremas — como monções mais intensas e secas prolongadas — pode aumentar a probabilidade desses eventos no futuro, apontando para impactos significativos do mudanças climáticas sobre os padrões meteorológicos locais.
Recomendações e lições para o futuro
Com base em análises técnicas e boas práticas de segurança, especialistas e autoridades climáticas destacam algumas medidas essenciais:
- Evitar dirigir em condições de baixa visibilidade.
- Manter-se informado sobre alertas locais — principalmente em períodos de monção.
- Preparar-se para riscos de cortes de energia e danos estruturais.
- Fortalecer a infraestrutura contra quedas de árvores e telhados frágeis.
Conclusão: entre o pavor e a beleza do fenômeno
O haboob que atingiu Phoenix na noite de 25 de agosto marcou a cidade com uma sequência rápida de eventos extremos: o céu escureceu, os voos pararam, milhares ficaram sem luz e cenas de destruição se alternaram com vislumbres do poder da natureza. Ao mesmo tempo, moradores e meteorologistas lembraram que, por mais terrível, o fenômeno também carrega uma beleza inquietante — uma lembrança de que nosso clima vem mudando e exige vigilância.
Fenômenos como haboobs já eram parte do imaginário árido do deserto. Mas, diante de sua intensidade e frequência crescentes, torna-se urgente olhar para o futuro: preparar, adaptar e respeitar o poder da Terra.